Em primeiro lugar gostaria de pedir desculpa aos estudiosos e valorosos críticos de Friedrich Hayek por ter a ousadia de usar uma das suas mais notáveis expressões como título deste blog. Prometo não investir o meu tempo e desperdiçar o dos eventuais leitores em devaneios acerca da obra deste autor, tão maviosa quanto complexa. Obra essa que me ultrapassa longamente.
Seria portanto uma estupidez tentar tecer qualquer comentário sobre a mesma, mais ainda produzir críticas infrutíferas que apenas serviriam para a consumação de uma humilhação copiosa!
Há mais de um ano que tive a infeliz ideia de publicar os meus devaneios literários num espaço idêntico, mas abstive-me de o fazer precisamente pelo facto de achar insultuoso para os grandes nomes da literatura afirmar que me incluo no leque dos que sentem prazer em escrever e acreditam que o podem fazer decentemente. Vejo este blog como um simples tubo de ensaio para os meus, talvez ilusórios, devaneios literários futuros.
Escrever exige coragem e treino. Demorei cerca de um ano para ganhar coragem para me expor ao ridículo e agora desejo a recompensa pela minha ousadia e previsíveis danos no que toca à minha elevadíssima auto-estima, como devem ter notado ao longo deste trecho insípido.
Ao contrário do que possa parecer, não resolvi publicar os referidos devaneios apenas para expor as minhas fragilidades emocionais. Fi-lo como resposta ao “racionalismo dogmático”, para usar a expressão Popperiana, que continua a impregnar os meios de comunicação social e os auto-denominados intelectuais nacionais. Proponho-me a combater esta corrente aparentemente permanente na região continental da Europa. Esta é uma batalha da qual todos os liberais assumidos não devem eximir-se, mas antes seguir o exemplo de autores como Michael Oakeshott, Léo Strauss, Karl Popper e Edmund Burke, para mencionar apenas alguns, que prontamente denunciaram o relativismo e as opções totalitárias.
A todos aqueles que venham a criticar as minhas perigosas opiniões devo dizer que não poderia estar menos preocupado e agradecer por terem experimentado um dos malefícios da Internet – o de permitir que qualquer tipo possa escrever o que bem entender, desde que não insulte ninguém, e tenha a lata de o publicar sem delongas.
Aos poucos que apreciarem estes textos devo aconselhá-los a consultar urgentemente um qualquer analista, com a recomendação de que verifiquem propriamente as suas credenciais! Peço desculpa aos mais taciturnos pelo meu tom jocoso. Bem sei que estes assuntos são de vital importância mas a minha depauperada escrita tem de recorrer, frequentemente, ao MAU humor para se tornar minimamente perceptível e não repudiar automaticamente quem se digna a lê-la.
Em suma, pretendo tratar assuntos seríssimos com uma boa dose de boa disposição. Espero que estejam preparados para essa tenebrosa viagem!
Finalmente devo confessar que este blog é de facto fruto de uma “organização” e não de uma “ordem espontânea” para usar as expressões Hayekianas. É fabulosamente irónico que actualmente até os auto-proclamados críticos do racionalismo dogmático estejam impregnados dele, ou talvez por ele conspurcados, permitam-me a expressão. Ter consciência deste facto é provavelmente o maior tributo que o meu desnutrido intelecto consegue prestar a este autor, por agora.
Provavelmente isto é o melhor que conseguirei fazer neste antro de livre expressão, pelo que aos decepcionados recomendo que se retirem. De facto estes surtos psicóticos têm tendência a piorar!
Muito obrigado pela sua atenção e dinheiro. Engraçado como podemos retirar dinheiro a outros sem contudo o obtermos para nosso usufruto! Será considerado roubo, nesse caso? Afinal de contas tempo é dinheiro, mas eu não fiquei com o vosso, apesar de vos ter roubado tempo que poderia ter sido convertido em dinheiro. Creio que terei encontrado uma brecha no nosso intricado sistema legal. E tudo isto num único texto introdutório de um miserável blog!
A maravilha que é a Internet…
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